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Eletrificação veicular: A influência do Cobre e do Alumínio para o avanço do mercado de carros elétricos
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Por Ricardo de Luca
Historicamente, o mercado automotivo impacta diretamente o desenvolvimento econômico mundial e o Brasil não é uma exceção a esta regra. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos (Anfavea), o segmento responde por cerca de 22% do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria e aproximadamente 4% do PIB total do país.
Diante disto, o principal assunto com relação ao desenvolvimento deste setor trata-se da eletrificação veicular. O interesse pela temática pôde ser vislumbrado, inclusive, durante a realização da Automec 2023, em São Paulo, que contou com elevado número de empresas do ramo, incluindo soluções voltadas para a eletromobilidade.
Com o surgimento do Acordo de Paris, em 2015, cujo objetivo é reduzir a emissão de gases de efeito estufa a partir de 2020, a eletrificação tem se destacado ainda mais dentro do mercado de veículos, uma tendência que se mostra cada vez mais concreta, a partir dos dados, que demonstram crescimento exponencial, sobretudo nos últimos anos.
Para se ter uma ideia, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), em 2022, o volume de vendas de automóveis híbridos (HEV), híbridos plug-in (PHEV) e elétricos (BEV) registrou um salto de 41% se comparado a 2021. Ao todo, foram comercializadas 49.245 unidades de veículos eletrificados. Ou seja, cerca de 14,2 mil automóveis a mais do que o ano anterior, que anotou 34.990 unidades vendidas.
Para este ano, a perspectiva é ainda mais positiva. A ABVE, em 2023, registrou o melhor primeiro trimestre da série histórica, com 14.787 veículos eletrificados leves vendidos, um volume 50% superior ao mesmo período de 2022. Já na comparação com o primeiro trimestre de 2021, o desempenho do mercado de eletrificados em 2023 se destaca ainda mais, com aumento de 223%.
O impacto do Cobre e do Alumínio para o avanço da eletrificação veicular
Diante de todo este contexto, é certo que a eletrificação veicular é vista como uma tendência no segmento. Entretanto, o que nem todos sabem, é a influência de metais como o Cobre e o Alumínio para o desenvolvimento deste setor.
De um modo geral, um veículo tradicional, com motor à combustão, pode conter até 20 kg de Cobre em sua estrutura. Contudo, de acordo com a National Geographic, um automóvel totalmente elétrico utiliza três vezes mais Cobre do que os modelos à gasolina, o que demonstra a importância do metal para o avanço deste mercado.
Isto ocorre, sobretudo, pelas qualidades específicas do Cobre e suas ligas em relação às demandas deste tipo de veículo, como conectores elétricos e sistemas de distribuição de energia com dimensões otimizadas para redução de peso, associados a uma boa dissipação de calor e resistência mecânica.
A partir disto, é possível destacar a versatilidade dos Latões para diversas aplicações, como em terminais elétricos, sensores e atuadores. Já as ligas de Bronze, tendo em vista a excelente resistência à corrosão, são uma opção para sensores e terminais elétricos de áreas que podem receber umidade e ação das intempéries durante o ciclo de vida do veículo. Além disso, o material apresenta excelente resistência à fadiga em ciclos contínuos, com boa condutividade elétrica.
Quanto ao Alumínio, o metal já desempenha papel importante nos automóveis tradicionais, com presença em perfis que compõem painéis e até em peças fundidas do motor. Embora as aplicações do produto sejam bastante similares nos diferentes tipos de automóveis, as possibilidades da utilização do Metal nos carros elétricos são ainda maiores.
Isto porque, o Alumínio compõe desde a estrutura, por meio de barras, perfis variados e tubos, até peças fundidas usadas em carcaças de motores, fiação do chicote, cubos, caixas de direção, mancais de transmissão e, por fim, material construtivo, como chapas laminadas. Com relação à eletrificação, os barramentos de Alumínio se destacam como material adequado para fabricação dos pontos de carregamento e recarga veicular.
Além disto, questões relacionadas as práticas ESG (Environmental, Social and Governance), como sustentabilidade e o respeito ao meio ambiente também são importantes diferenciais relacionados ao Cobre e ao Alumínio, tendo em vista a possibilidade da reciclagem total ao término do ciclo de vida do produto, com a diminuição da emissão de gases poluentes nas cadeias produtivas.
Desta forma, a eletrificação veicular, inevitavelmente, fará parte do dia a dia da população e acarretará transformações em diferentes setores, em especial da indústria. Neste sentido, o Cobre e o Alumínio surgem como opções naturais para auxiliar o pleno desenvolvimento deste segmento, com qualidade e características específicas.
Em contrapartida, o avanço da eletrificação veicular estimula o crescimento da indústria de transformação de metais e proporciona maiores oportunidades de crescimento para os players do automotivo. Sendo assim, é crucial que estes mercados trabalhem conjuntamente, para que possam se desenvolver e proporcionar o avanço econômico, tecnológico e sustentável para o setor automotivo brasileiro.
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Ricardo de Luca é Gerente de Engenharia de Processos e Produtos da Termomecanica, empresa líder na transformação de Cobre e suas ligas.